Indústria 4.0: A revolução dos dados na sua indústria
Conheça o conceito e seus reflexos no ambiente industrial
Você já percebeu que a tecnologia está tomando conta de quase todos os aspectos das nossas vidas?
Em contrapartida, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que os empresários têm pouca disposição para comprar e usar novas tecnologias num horizonte de dez anos. Não parece fazer muito sentido, não é mesmo?
Grande parte das indústrias brasileiras ainda não chegaram sequer à terceira revolução industrial. Muito disso se deve ao seu pensamento imediatista limitado à busca por lucros de curto prazo.
Para que esse cenário possa mudar, precisamos então conhecer e enxergar o futuro. O conceito de Indústria 4.0 é a chave e a esperança para uma renovação.
Este termo pode ser desconhecido para alguns, mas para muitos representa uma revolução e é uma tendência mundial. Isso porque ele representa uma nova forma de trabalho nos ambientes industriais, em que toda a cadeia de produção é automatizada e digitalizada.
Você é umas dessas pessoas que não faz a menor ideia do significado de Indústria 4.0? Não se preocupe, vou te esclarecer esse conceito de maneira concisa e efetiva.
Nesse texto iremos falar sobre as principais características e princípios desse fenômeno. Você vai sair um craque nessa tendência! Então, vamos lá?
Em que cenário a Indústria 4.0 se inicia?
Ao observarmos o crescimento tecnológico das últimas três décadas, é possível ver grandes transformações no nosso cotidiano. Mudanças tanto no relacionamento interpessoal quanto na maneira que trabalhamos e consumimos.
Essa evolução se dá em grande medida ao advento de dispositivos como computadores, smartphones, tablets, etc. Estes vêm gradativamente reduzindo seu tamanho, mas ao mesmo tempo aumentando seu poder computacional. Tal fenômeno surge para conquistar um público maior. Porém, exige cada vez mais da infraestrutura das áreas de Tecnologia da Informação.
No mundo industrial a tendência não é muito diferente, mas acontece de uma forma mais tímida. Nessa realidade, atualmente já existem sistemas cada vez mais autônomos e altamente integrados à internet. Entretanto, nada perto do que ainda está por vir.
Entendendo a Indústria 4.0
A Indústria 4.0, também conhecida como a 4ª Revolução Industrial, essencialmente representa um conjunto de mudanças singulares nos processos e na forma como serão fabricados os produtos que consumimos. Isso provocará um considerável aumento no valor da cadeia organizacional e em todo o ciclo de vida dos produtos. Assim como, de alguma maneira, as revoluções industriais anteriores o fizeram.
Na 4ª Revolução haverá a união entre os mundos virtuais e físicos através da Internet. Isso dará então continuidade e irá aprimorar os avanços conquistados na 3ª Revolução Industrial.
Podemos dizer que, nesse novo contexto, tudo que está presente em uma indústria e em seu modelo operacional é conectado digitalmente. Ou seja, aqui as pessoas participam apenas realizando a supervisão do trabalho feito pelas máquinas. Dessa forma, proporciona então uma cadeia de valor altamente integrada. Vemos assim que, como as revoluções anteriores se destacaram pelas inovações tecnológicas, a grande inovação da quarta revolução é a interconectividade.
A Indústria 4.0 permitirá a extração de informações sobre os processos através de técnicas avançadas de processamento de dados. Esses dados serão utilizados a partir de seu potencial de transformação e a partir disso quem conseguir tirar melhor proveito deles sairá um passo à frente.
Observa-se que todos esses fatos vêm caracterizando algo que ainda será presenciado. Ao contrário das demais revoluções industriais, que não puderam ser observadas e diagnosticadas com tanta antecedência. Sem a possibilidade de estimativas dos impactos que temos no caso da Indústria 4.0.
Mas afinal, onde surgiu a ideia?
O conceito surgiu e se fortaleceu na Alemanha em um contexto muito específico. Sua origem se deu por meio da implementação de um projeto, na Feira de Hannover em 2011. Esse início envolveu esferas como universidades, empresas e o governo, visando modernizar e aperfeiçoar ainda mais as indústrias locais.
Dessa maneira, pode ser vista como uma estratégia do governo alemão para o desenvolvimento de alta tecnologia direcionada à manufatura do país. A Alemanha já é conhecida pela valorização que dá às inovações como esta, como motor de desenvolvimento econômico.
O modelo da Indústria 4.0 criado no país se pauta na compreensão de que não é suficiente o investimento em estudos e projetos de inovação se focados apenas no âmbito financeiro. Mas o diferencial realmente deve vir da avaliação do conteúdo tecnológico contido nessas pesquisas. Bem como da avaliação do retorno de tudo isso para a sociedade.
Características da Indústria 4.0
No contexto dessa nova revolução, a intervenção humana será reduzida significativamente nos processos produtivos. Isso ocorrerá devido à comunicação automática entre componentes da produção e pelo aperfeiçoamento da maneira de monitorar em tempo real. Tudo por meio das plataformas de ambientes virtuais, que fazem uso de tecnologias da informação e comunicação.
Indústrias de diferentes segmentos do mercado irão vivenciar uma expansão em suas redes de serviços incorporando toda a cadeia de valor sob a forma dos chamados Sistemas Ciber Físicos (Do inglês: cyber-physical system - CPS).
Os CPS’s são mecanismos de controle e/ou monitoramento baseados em algoritmos computacionais. São fortemente integrados à internet e aos seus usuários. No contexto dos sistemas cyber-físicos, os componentes físicos e de software estão profundamente entrelaçados. Dessa forma, cada um opera em suas diferentes escalas temporais e espaciais, exibindo múltiplas e distintas modalidades de comportamentos e interagindo entre si de inúmeras maneiras, que variam com o contexto em que estão inseridos.
Os CPS’s desempenham um papel importantíssimo no controle de produção, em especial em fábricas inteligentes, que serão o futuro trazido pela Indústria 4.0.
Alguns princípios
A Indústria 4.0 engloba tecnologias para automação e troca de dados e utiliza-se de conceitos de Sistemas ciber-físicos (CPS), Internet das Coisas (IoT) e Computação em Nuvem para então promover uma grande mudança nos processos, nas relações e nos hábitos de consumo.
Porém, tudo isso só é possível graças à alguns componentes-chave que trabalham juntos em busca de um objetivo comum. A internet das coisas e os sistemas ciber-físicos comunicam e cooperam entre si e com os humanos em tempo real, visando integrar todos os processos. Porém, são necessários alguns princípios para que essa nova indústria se torne realidade.
Eis alguns dos princípios da Indústria 4.0:
- Capacidade de operação em tempo real: aquisição e tratamento de dados de forma instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real.
- Virtualização: propõe a existência de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, permitindo o monitoramento remoto de todos os processos por meio dos inúmeros sensores espalhados ao longo da planta.
- Descentralização: a tomada de decisão poderá ser feita pelo sistema cyber-físico de acordo com as necessidades da produção em tempo real. Além disso, as máquinas receberão comando e poderão fornecer informações sobre seu ciclo de trabalho.
- Orientação a serviços: utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de Internet of Services.
- Modularidade: produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na produção. O que oferece flexibilidade para alterar as tarefas das máquinas facilmente.
Indústria 4.0 e economia
Diversas pessoas vêm estudando os benefícios que essa tendência poderá trazer ao mundo industrial. Em geral, se aposta em consideráveis otimizações dos processos que poderão, consequentemente, aumentar o faturamento. Isso se deve principalmente a fatores como agilidade nos processos e redução no tempo da produção. Ou seja, os processos feitos poderão ser gerenciados com maior velocidade e até mais precisão.
Para reforçar essa expectativa basta dar uma olhada em uma pesquisa recente do European Parliament Reserach Service. O documento afirma que o novo sistema industrial pode gerar um grande impacto na economia mundial. A eficiência da produção tem um potencial de crescimento de 6 a 8%. O que dá grande esperança aos empresários e trabalhadores da indústria. Isso se dá em decorrência do produto final ser inteiramente concebido em um software antes de se iniciar a produção física.
De acordo com Renato Buselli, vice-presidente de Digital Factory da Siemens Brasil, "com a simulação do produto no mundo digital, ganha-se tempo e os custos caem, aumentando o retorno sobre o investimento". O especialista ainda afirma que estima-se que a redução de custos apenas na etapa de engenharia possa chegar a 30%.
Indústria 4.0 e mercado de trabalho
Estima-se que essa tendência se espalhe pelo mundo em alguns anos. Países como a Alemanha, EUA e China já tem em seus planejamentos industriais propostas para uma imediata absorção dos elementos da Indústria 4.0.
“É uma questão de tempo para que indústrias de todo tipo se adaptem a esse novo conceito”, diz Osvaldo Lahoz Maia, gerente de inovação e tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de São Paulo.
Como consequência disso, a mão de obra irá sofrer sérias mudanças para que possa melhor se adaptar ao novo cenário.
O Brasil ainda não é um país considerado apto a implementar o novo sistema de indústria. Isso porque ainda se encontra, em grande parte, na transição dos processos da Indústria 2.0 (linhas de montagem e energia elétrica) para a 3.0 (automação, programação e robótica). Essa transição nos mostra que o país está caminhando na direção correta, mas a passos lentos.
A FIRJAN, em publicação recente, afirma que especialistas na área entraram em consenso sobre o setor mais adiantado para receber essa nova onda de produção no país, e este seria a indústria automotiva. Isso se dá, em grande medida, devido ao perfil dos profissionais dessa área. Estes necessitam de constante qualificação e atualização, visando sempre atender as demandas de mercado.
Por consequência, vemos a importância da mão de obra na chegada da Indústria 4.0 ao Brasil e em todo o mundo.
“Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá de desenvolver habilidades técnicas e interpessoais bem específicas”, afirma Cezar Taurion, da consultoria Litteris Consulting, especializada em tecnologia da informação e transformação digital.
Nesse sentido, podemos destacar algumas características que os profissionais técnicos precisarão desenvolver:
- Formação multidisciplinar;
- Capacidade de adaptação;
- Senso de urgência;
- Bom relacionamento interpessoal.
E então, já virou especialista?
Como você pôde perceber, esse fenômeno trará consigo grandes benefícios para a realidade industrial. Dentre estas estão o aumento nas demandas de pesquisa e desenvolvimento e oportunidades de formação multidisciplinar. Além disso, a possibilidade de aperfeiçoamento dos processos produtivos. Tudo por meio do uso de tecnologias avançadas e com um grau maior de complexidade e sofisticação.
Espero que tenha gostado do texto e que tenha aprendido mais sobre essa nova tendência. Caso tenha interesse em conhecer um software que podem ajudar sua empresa a entrar de uma vez na tendência da Indústria 4.0, conheça o BR-AlarmExpert. E, se quiser conhecer mais sobre o assunto basta me enviar um e-mail (debora.silva@logiquesistemas.com.br), vai ser um prazer conversar com você!
Tags: Indústria Indústria 4.0 Otimização de Processos Tecnologia
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